Cesário inaugura em Londres uma mudança feita há dois meses!

Vai Cesário inaugurar em Londres novas instalações do Consulado Geral de Portugal. Só que tais instalações são «novas» apenas porque tiveram que ser forçosamente uma novidade – o contrato de arrendamento das anteriores instalações chegara ao seu termo há cerca de um ano e o respectivo proprietário não quis renovar o aluguer. Um novo local teve que ser procurado, a mudança foi efectuada no final de Março, e desde 1 de Abril que o Consulado Geral já funciona no N.º 3 da Portland Place, na zona central da capital britânica. Cesário vai, portanto, inaugurar uma mudança de casa – o que não deixa de ser ridículo para um Secretário de Estado.

Mas, independentemente de Cesário ir a Londres para inaugurar um novo aluguer, o Secretário de Estado poderia, ainda assim, inaugurar com êxito uma solução para os enormes problemas de pessoal com que o Consulado se debate. Depois de Cesário ter inaugurado em 2003 várias dispensas de contratados a prazo para, pouco depois, face à inauguração de longas filas de espera e protestos dos numerosos utentes, ter que inaugurar novas admissões de mais alguns contratados igualmente a prazo, o consulado em Londres, agora, está sem vice-cônsul – José Amador que exercia tais funções aposentou-se no mês passado.

Ora quando é que surgirá neste país um governo que tenha a coragem patriótica de proibir por decreto as placas de inauguração de novos arrendamentos?

Faça-se esse decreto antes que se encha o mundo com essas ridículas letras gravadas em mármore de Estremoz ou, pior solução e que requer celorine, em placa de latão amarelo dizendo: «Este novo aluguer foi inaugurado por SEXA Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Fulano de tal, aos tantos de tantos…» Faça-se com urgência esse decreto, muito embora já dificilmente se conseguirá que Cesário em Londres puxe a Bandeira Portuguesa para fazer descobrir a única placa que provocaria os aplausos sem fim das filas de espera desse Consulado Geral: «SEXA inaugurou um novo vice-cônsul, um novo chanceler, cinco novos funcionários do quadro, inaugurando-se desta forma a si próprio, aos tantos de tantos…»