Fernanda Leitão
O ESPÍRITO DO NATAL
Página de Notas Verbais sobre diplomacia consular e política para as comunidades
Pedofilia Trata-se do padre João Duarte, natural da Ribeira Grande, São Miguel. Está registado no consulado de Toronto e o último Bilhete de Identidade foi-lhe passado em Santarém, vá-se lá saber porquê. Foi o pároco de uma comunidade portuguesa a sul do Ontário por vários anos. De repente, pediu ao bispo licença para ir para serviço missionário. Foi para o Haiti, ficando à frente de dum recolhimento de crianças. E de repente, passou-se para a República Dominicana.
A mal escrita croniqueta do DN do passado sábado, tentando transformar transformar António Braga num peso pesado à custa da leveza dos resultados nos círculos da emigração, é tão desprovida de alicerces que se não entende se será uma chapelada ou publicidade paga. Senão vejamos:
Até agora, este blogue - modesta extensão de Notas Verbais - tem-se intitulado Comunidades Portuguesas embora os botões de ligação da página principal lhe chamem Emigração. Alguma confusão, portanto. Vamos tornar as coisas mais simples, agora que esta página vai ter novo fôlego, mantendo-se o objectivo inicial que não é o de reportar matéria da emigração, mas sim matéria relativa a como em Lisboa se vê a emigração e se decide para a emigração. Na emigração e sobre a própria emigração,há muito e bom, como se pode verificar nas páginas sinalizadas na coluna à direita.

Outra de Paulo Pisco. Mas o que é o «sentido de estado» para Paulo Pisco? Este que revela? Responde pela secretaria de estado? Fala pela embaixada em Nova Deli? Pelo consulado-geral em Goa? Antecipa-se? Quer mostrar bons serviços à causa?A notícia é esta:
"O PS considera lamentável a falta de sentido de Estado e a irresponsabilidade dos deputados do PSD eleitos pelos círculos da Emigração, que não hesitam em utilizar de forma abusiva e exagerada declarações de uma cidadã portuguesa para os seus fins partidários", afirma o Partido Socialista em comunicado.
Não é difícil imaginar ou supor-se o que Manuel Pinho irá dizer e conclamar, o que Nelson Souza (gestor do QREN) irá descrever, o que Basílio Horta (AICEP) tentará comprovar, o que André Março (IAPMEI) irá retocar, e sobretudo o que a embaixadora Margarida Figueiredo irá fazer passar quando chegar a sua vez de falar do papel da rede diplomática e consular como diplomacia económica activa. Isso sabe-se.
Fernanda Leitão
TIVERAM SORTE
Em pouco mais de vinte anos, barões do PSD, quase todos passados pelos governos, envolveram-se em dois escândalos bancários de contornos sinistros.

LEVE-SE A PRIORIDADE A SÉRIO Sempre que, por este ou aquele motivo, há azar, seja na Venezuela, na África do Sul ou no Brasil, de imediato se declara nas Necessidades que a segurança do portugueses no estrangeiro é uma prioridade. E enquanto o azar mora em dois ou três jornais ou em alguma televisão ávida de emoções fortes, repete-se a prioridade. Mas, resolvido o azar ou esmorecido o aproveitamento do azar, a prioridade também esmorece, regressando o gabinete de emergência aos dias sem azar e sem prioridade.
Projecto de há muito, esta página apenas a partir de agora pode ir tomando forma. Não se trata de uma página das Comunidades ou para as Comunidades, mas apenas sobre as Comunidades ou, mais precisamente, sobre a política destinada às Comunidades Portuguesas, das palavras aos actos, das intenções às práticas. Tal política tem nítido recorte na política externa portuguesa e, embora o termo não seja muito apropriado mas aceita-se, determina a inevitabilidade da diplomacia das Comunidades, que é o termo – implica diplomatas responsáveis pelas extensões externas do estado junto de um vasto número de portugueses que se não são metade estão lá perto do número dos residentes no país. Há pois, muito para tratar e que deve ser tratada e quantos mais forem os que disso tratarem, melhor. Se conseguirmos que esta página seja um pequeno esforço mas de continuado escrutínio da política para a emigração e da diplomacia das Comunidades, e com o registo ou atenção possível ao que nos chega das Comunidades, então e só então poderemos dizer que vale a pena. Vamos tentar sem receio de se alertar para o que parece estar mal, mas também sem pruridos em sublinhar o que sublinhar o que está bem ou parece bem. E entre o mal e o bem, é claro que haverá erros – apenas não erra quem tem medo de dizer a verdade ou o que se afigura como verdade a um espírito livre e independente.
Fernanda Leitão, que apenas com palavras sabe fazer contas como poucos com números, diz e com razão: «Tudo somado, lideranças destas envergonham a comunidade portuguesa e afastam dela, cada vez mais, os jovens que já perceberam a importância do conhecimento e da cultura». Leiam do princípio ao fim porque «é de cabo de esquadra!»
A PAU COM A ESCRITA
Fernanda Leitão
Lê-se e não se acredita. O presidente da ACAPO (organismo que congrega clubes e associações portuguesas do Ontário), da maneira rude que se lhe conhece, manifestou por escrito a sua indignação pelo facto de a embaixada de Portugal em Otava não ter informado a associação a que preside da presença na capital federal, para conversações com o governo canadiano, de António Guterres antigo primeiro ministro de Portugal e actual Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. E porque estava o homenzinho indignado? Porque, em seu douto entender, Guterres devia ter vindo a Toronto resolver o problema dos "refugiados portugueses". Esta é de cabo de esquadra!
Para o caso de o Sr. Eustáquio não saber, sempre adiantamos que refugiados, segundo a letra de lei da ONU, são aqueles que têm de fugir do seu país devido a guerras, genocídios, perseguições políticas com o objectivo concreto de eliminação física dos oponentes aos governos locais, fomes e situações de calamidade em geral. O Sr. António Guterres é o enviado da ONU para países tão aflitos como a Palestina, o Iraque, o Uganda, o Congo dito democrático, o Ruanda, a Somália, a Etiópia, para só citarmos estes. Aparece muitas vezes nas televisões e jornais acompanhando no terreno situações de tragédia, toda a gente vê. Ora, como todos sabemos, os ilegais portugueses que receberam ordem de deportação do Canadá vieram para este país sem outro objectivo que não fosse melhorar a sua situação económica. O seu estatuto de refugiado foi forjado, com a mira de ganhar uma pipa de massa sem fazer nenhum, por alguns advogados e alguns conselheiros de imigração que nada devem à honestidade e à competência.
Aproveitamos para explicar a este dirigente comunitário que ANALFABETISMO é a condição de não saber ler nem escrever, e que ILITERACIA é saber ler e escrever, mas não entender o que lê nem o que ouve. A ignorância rege estes dois estados e até se chama a estes últimos "analfabetos funcionais".
Dirá quem lê este comentário que, coitado do rapaz, não tem culpa, não nasceu ensinado. Eu esclareço que ninguém nasce ensinado e é por isso que existem escolas. E acrescento que o Canadá é bem generoso ao dar escola a todas as pessoas. Só não aprende quem não quer.
Tudo somado, lideranças destas envergonham a comunidade portuguesa e afastam dela, cada vez mais, os jovens que já perceberam a importância do conhecimento e da cultura.
Sempre em função de alguma notícia, algum reparo ou alguma inciativa, Comunidades Portuguesas passam a destacar jornais editados na emigração ou para a emigração. Para iniciar a rotina, o LusoJornal editado na França.

Erro dispendioso. O caso dos portugueses sobre ao noticiário quotidiano holandês, repercutido por jornais, rádios e televisões. Não a notícia mas a situação era evitável. Outro erro herdado dos tempos de Freitas do Amaral. Para nada serviu a audição parlamentar sobre a extinção do cargo de conselheiro social na Holanda. Aqui se reproduz, por exemplo, a primeira página do Dagblad de Limburger.

Português, nem um! “Metade dos conselheiros comunais já são magrebinos e turcos e onde não existe um único português.”Magrebinos, turcos com estatégia eficaz e hábil
Resposta sindical ao cônsul Barreira de Sousa. Fica-se a saber que aos utentes «aos quais se negava a entrada no Consulado (parece que posteriormente deixou de ser assim...), excepto quando convocados, e o acesso ao livro de reclamações» é~hes «ainda imposta uma tramitação única, com custos e despesas escandalosamente elevados, sem qualquer conexão com a tabela de emolumentos consulares». É caso.
"Dezasseis trabalhadores dos quadros do CGSP escreveram ao Senhor Ministro, com conhecimento a diversos Órgãos, Governantes e Dirigentes da Administração Pública, exprimindo o seu descontentamento e a revolta que sentem face à situação ali vivida nos últimos anos.
Entendeu o Senhor Cônsul–Geral vir publicamente manifestar a sua indignação pelo conteúdo daquela exposição e, pretextando contrariar as acusações formuladas pelos trabalhadores autores da carta, recorre à linha de argumentação que sempre utilizou, acusando-os de serem o pequeno grupo de sócios deste sindicato que se vem exprimindo contra o fim das filas de espera, e contrapondo, não uma réplica aos problemas levantados, mas auto-suscitando as perguntas que entendeu – qual entrevista combinada -, cujas respostas constituem uma auto-avaliação elogiosa, concluindo pelas alta produtividade e qualidade do serviço prestado, que só por si justificariam a orientação seguida naquele serviço consular, pelo que aos procedimentos impostos aos utentes e à política de recursos humanos diz respeito.
Dos registos do Ministério dos Negócios Estrangeiros consta que o CGSP tem 8 funcionários públicos, 11 trabalhadores com contrato individual de trabalho e 6 contratados a termo certo, o que soma 25. Aqueles 19 (8+11) são os trabalhadores dos quadros que os subscritores titularam como os “moradores”, designando de “visitas” os contratados a termo certo e, muito naturalmente, aqueles que pertencem a firmas que prestam serviços ao consulado – serviço telefónico, de limpeza e de segurança – serviços externalizados, portanto não do Estado.
Os trabalhadores da central telefónica, da limpeza e da segurança hão-de ganhar aquilo que resulta dos seus contratos com os seus patrões, coisa que não é da nossa conta, embora devendo ter alguma conexão com aquilo que foi contratualizado entre o CG e as ditas firmas, pelo que acreditamos na informação do responsável do CGSP.
No seu jogo de perguntas e respostas vem ainda o Sr. CGSP esclarecer que:
Tudo o mais é desviar as atenções para outros aspectos, mas nem mesmo assim nos parece haver muitas razões para estar contente.Estupefacção, é a palavra. Chegou o momento de vos dizer da nossa estupefacção ao saber-se que a Secretaria Regional da Agricultura, da Região Auónoma dos Açores, deu um subsídio de 100 mil euros a um clube de Angra do Heroísmo, por considerar que o clube está em deplorável situação financeira. Com que direito os dinheiros públicos são utilizados a favor de um clube, em detrimento de todos os outros, igualmente mal de finanças?
CARTA DO CANADÁ
Fernanda Leitão
O GRANDE REGABOFE
As comunidades portuguesas no estrangeiro sentem revolta, mágoa e vergonha, sempre que Portugal é apontado como um paraíso de corrupção e um triste exemplo de (absoluta) falta de respeito pelas instituições e valores nacionais de sempre. Em boa verdade, o natural prazer que sentimos ao ver programas de qualidade através da RTP é, muitas vezes, ensombrado pelo que os noticiários nos deixam saber.
A falta de respeito das pessoas pelas instituições, e destas pelo povo que as sustenta, dói de verdade. Porque sim e porque o respeito recíproco está na base de uma democracia saudável. Pensar e praticar o contrário é, justamente, igualar bandalheira à democracia, o que é injusto e perigoso.
Mas vamos a factos. O INATEL, herdeiro da FNAT salazarista, é uma instituição que tem prestado assinaláveis serviços no campo dos tempos livres dos trabalhadores. Sendo uma instituição, aos olhos dos portugueses ela é gerida segundo uma escala hierárquica de responsáveis. Assim sendo, poderá compreender-se facilmente o choque sentido em Toronto quando se soube que um delegado do INATEL, no Alentejo e Algarve, “nomeou” representante do dito INATEL para o Canadá a Casa do Alentejo, apenas porque foi convidado a estar presente numa semana cultural que o clube leva a efeito anualmente. Ninguém ficou chocado por ser escolhida a Casa do Alentejo e não outro clube, porque não é disso que se trata: o que está em causa é uma nomeação feita pelo primeiro funcionário que a representa numa festa. Sem protocolo nem aviso prévio, assim como um tiro à queima-roupa. Os emigrantes que são sócios do INATEL, que têm as quotas em dia, não gostam deste mau sinal dado de forma tão desastrada. O INATEL tem director ou é uma balda como o Instituto Camões, por exemplo?
Prossigamos. Ficou claro para os emigrantes que o corte no orçamento da Região Autónoma da Madeira se devia a um despesismo injustificado do mesmo, prática pelo menos tão antiga como as ameaças e insultos do responsável maior pela governação do território. Um dia essa prática tinha de acabar. Acabou, e muito bem, embora vários jornais protestem o contrário, sem que ninguém os leve a sério, pois é sempre ridículo defender interesses subterrâneos e bastardos.
Chegou o momento de vos dizer da nossa estupefacção ao saber-se que a Secretaria Regional da Agricultura, da Região Auónoma dos Açores, deu um subsídio de 100 mil euros a um clube de Angra do Heroísmo, por considerar que o clube está em deplorável situação financeira. Com que direito os dinheiros públicos são utilizados a favor de um clube, em detrimento de todos os outros, igualmente mal de finanças? Provavelmente, com o mesmo direito que tem autorizado governantes açoreanos a esbanjarem dinheiros públicos com a publicação de livros de péssima qualidade, verdadeiras caravanas de pândegos que têm ido aos Açores e ao estado brasileiro de Santa Catarina, onde reside uma centenária comunidade açoriana. Viagens, hotéis, restaurantes, tudo pago a glutões e glutonas, muitos deles da diáspora lusa, à custa dos impostos que os portugueses pagam. Esse direito descarado chama-se, em bom português, falta de respeito por quem paga impostos, pela imagem do país. Como se as Regiões Autónomas fossem um sobado.
Eu não alinho na crítica pela crítica ao trabalho do actual Primeiro Ministro. Tanto se me dá que ele seja socialista como outra coisa qualquer, porque ando há 32 anos a ver os golpes de rins e as tratantadas de TODOS os partidos. Penso que Sócrates tinha de tomar as medidas que tem tomado, que só pecam por tardias (e os anteriores governos que se limpem a este guardanapo). Penso, também, que é prova de patriotismo deixar que os eleitos governem sem rasteiras, punhaladas pelas costas, manifestações avulsas por todo o lado (tresandando a uns saudosistas do tempo em que o Muro de Berlim estava inteiro).
Em contrapartida, espero do Primeiro Ministro, não apenas que leve as reformas a bom porto, mas também que corte a direito nas questões orçamentais referentes às Regiões Autónomas e Autarquias. Sem excepções nem fraquezas partidárias. É o que, finalmente, desejam todos os emigrantes portugueses.
(Imagem - Menina com cão, 1986, Paula Rego. Pertença do Fundo de pintura do Ministério das Finanças)
Por exemplo: ... o caso da Universidade de Toronto, a funcionar há mais de 50 anos e que nunca formou um único aluno em português para poder exercer a profissão em condições, acrescendo que dali têm saído muitos alunos com um português a nivelar-se pelo bem pobre, o que incomoda quem ouve membros do xadrez político canadiano a exprimirem-se quando se dirigem a portugueses, e que por certo incomoda também quem assim fala e faz tão triste figura...
O ensino da língua portuguesa no estrangeiro tem duas vertentes claramente separadas: o ensino aos filhos dos emigrantes portugueses (com o ouvido habituado à língua portuguesa em casa e aprendendo as primeiras letras no país de acolhimento)e o ensino aos cidadãos estrangeiros que pretendem conhecer a língua de Camões (por vocação académica, por gosto cultural, por necessidades profissionais, etc.). Neste último caso, compreende-se que a dependência seja do Instituto Camões, teoricamente dirigido ao ensino universitário e às demandas culturais dos cidadãos dos outros países. Mas, no que respeita ao ensino do português básico, para crianças de ascendência lusa, é óbvio que tudo devia ser tutelado pelo Ministério da Educação, porque é este ministério quem emprega os professores, treinados para o serem, ao passo que o Instituto Camões se limita a mandar leitores de português para universidades estrangeiras, geralmente jovens licenciados por universidades portuguesas, que não raro são criticados nos jornais estudantis).
Posto isto, adianto duas coisas: o meu interesse pelo hóquei em patins e pelo futebol resumiu-se sempre à participação internacional de Portugal em competições. A outra coisa foi a amargura indizível quando verifiquei que, por ignorância ou medo de certas forças políticas estrangeiras, umas vermelhas e outras mais descoradas, que tentaram dominar o nosso país depois de 1974, ninguém exibia a bandeira nacional nem cantava o hino.
Quando o jogo acabou liguei para um amigo de Angola, como eu, o Orlando, que vive na mesma cidade que eu. Respondeu-me com a voz embargada de quem chorava. Eu fui até ao lindo e castiço Mercado de São Lourenço, em frente da minha casa, para esvaziar a tensão. Era o 1 de Julho, Dia do Canadá, e o mercado estava apinhado de pessoas alegres e descontraídas, a comprarem e petiscarem. De repente, dei com os olhos num rapagão todo embrulhado numa bandeira portuguesa, com a cara pintada com as cores da bandeira, que berrava a plenos pulmões em inglês: “O meu Portugal ganhou”. E todos aqueles estrangeiros o felicitavam, lhe davam abraços e palmadas nas costas. Fui direita a ele e disse-lhe apenas: “Lá ganhámos”. O rapagão abraçou-se a mim com as lágrimas a saltar dos olhos. E eu quase chorei. Éramos dois desconhecidos que pertenciam a uma mesma Pátria, com um sentimento de pertença sem reticências a um destino comum.A gota que fez transbordar esta taça mal cheirosa de um sindicalismo mal entendido foi a quotização cobrada a trabalhadores da construção que aguardavam a sua legalização o Canadá.
Chegou ao fim a administração liderada pelo todo poderoso António Dionísio e seu fiel escudeiro João Dias. A comissão administrativa já tomou posse e, como é regra em situações resultantes de longas lutas internas, segue-se um período de intensa fiscalização de documentos e actos administrativos da gerência passada. Muita tinta ainda correrá pelos jornais e a ver vamos se apenas correrá tinta.
«As Associações Portuguesas, a Federação Portuguesa na Holanda e a ainda a Secção Local do CCP, reunidos em Zaandam, vêm manifestar publicamente e muito em especial junto da comunidade portuguesa na Holanda, o seu desagrado e o seu desapontamento em relação ao tratamento que têm tido das autoridades locais portuguesas ( Embaixada e Consulado).Pela importância, segue na íntegra um Comunicado de representantes dos emigrantes na Holanda (destaques de C-P):
Sucedem-se, na TV e na rádio, as comissões que, com mais barulho do que apoiantes, se dizem adeptas da manutenção dos ilegais portugueses no Canadá, aparentemente sem se lembrarem dos que já partiram. Mas as deportações continuam e, ao que diz o trocista jornal da caserna comunitária, o conselheiro social que sobrou por estas paragens, técnico de questões ambientais, anda aos papéis no aeroporto de Toronto porque o lado canadiano continua a não fornecer as listas antecipadamente. Aos papéis e com medo de abordar algum mal disposto, como já lhe aconteceu.
É verdade que o actual governo federal, minoritário e conservador, dirigido por Stephen Harper, um verdadeiro ursinho de pelouche nas mãos expeditas de Bush, não é flor que se cheire. Nem os canadianos têm boas recordações de governos conservadores, tanto em Otava como nas províncias, sobretudo no que respeita à imigração e à distância salutar que se deve manter com Washington. Mas este governo está em funções desde Fevereiro ou Março, já não me lembro bem, ao passo que os liberais estiveram no poder quase 14 anos seguidos. E com eles, portugueses que com eles trabalharam, designadamente o deputado Mário Silva que, com o seu português irremediavelmente trapahão, anda actualmente numa cruzada em que afirma estar a defender os deportados portugueses, mas na verdade a trabalhar para sua imagem política. Este escândalo da imigração ilegal dura há muitos anos, com o seu cortejo de conselheiros de imigração em que abundam os ineptos, os ignorantes e os desonestos, e também de alguns advogados, portugueses e doutras nacionalidades, que merecem amplamente os mesmos títulos. Os governos liberais tiveram tempo de sobra para resolver este assunto, para acabar com esta lama, mas não o fizeram nem os deputados, liberais ou da oposição, exigiram em sede própria a investigação criminal que já tarda, a intervenção da ordem dos Advogados (Law Society), o esclarecimento completo através da comunicação social. E porque não o fizeram? Por puro clientelismo eleitoral, por caça ao voto, por negociatas. Eles, e apenas eles, alimentaram este polvo que acaba por estrangular trabalhadores incautos.