Fernanda Leitão
O ESPÍRITO DO NATAL
Página de Notas Verbais sobre diplomacia consular e política para as comunidades
Outra de Paulo Pisco. Mas o que é o «sentido de estado» para Paulo Pisco? Este que revela? Responde pela secretaria de estado? Fala pela embaixada em Nova Deli? Pelo consulado-geral em Goa? Antecipa-se? Quer mostrar bons serviços à causa?A notícia é esta:
Fernanda Leitão
TIVERAM SORTE
Fernanda Leitão, que apenas com palavras sabe fazer contas como poucos com números, diz e com razão: «Tudo somado, lideranças destas envergonham a comunidade portuguesa e afastam dela, cada vez mais, os jovens que já perceberam a importância do conhecimento e da cultura». Leiam do princípio ao fim porque «é de cabo de esquadra!»
A PAU COM A ESCRITA
Fernanda LeitãoLê-se e não se acredita. O presidente da ACAPO (organismo que congrega clubes e associações portuguesas do Ontário), da maneira rude que se lhe conhece, manifestou por escrito a sua indignação pelo facto de a embaixada de Portugal em Otava não ter informado a associação a que preside da presença na capital federal, para conversações com o governo canadiano, de António Guterres antigo primeiro ministro de Portugal e actual Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. E porque estava o homenzinho indignado? Porque, em seu douto entender, Guterres devia ter vindo a Toronto resolver o problema dos "refugiados portugueses". Esta é de cabo de esquadra!
Para o caso de o Sr. Eustáquio não saber, sempre adiantamos que refugiados, segundo a letra de lei da ONU, são aqueles que têm de fugir do seu país devido a guerras, genocídios, perseguições políticas com o objectivo concreto de eliminação física dos oponentes aos governos locais, fomes e situações de calamidade em geral. O Sr. António Guterres é o enviado da ONU para países tão aflitos como a Palestina, o Iraque, o Uganda, o Congo dito democrático, o Ruanda, a Somália, a Etiópia, para só citarmos estes. Aparece muitas vezes nas televisões e jornais acompanhando no terreno situações de tragédia, toda a gente vê. Ora, como todos sabemos, os ilegais portugueses que receberam ordem de deportação do Canadá vieram para este país sem outro objectivo que não fosse melhorar a sua situação económica. O seu estatuto de refugiado foi forjado, com a mira de ganhar uma pipa de massa sem fazer nenhum, por alguns advogados e alguns conselheiros de imigração que nada devem à honestidade e à competência.Aproveitamos para explicar a este dirigente comunitário que ANALFABETISMO é a condição de não saber ler nem escrever, e que ILITERACIA é saber ler e escrever, mas não entender o que lê nem o que ouve. A ignorância rege estes dois estados e até se chama a estes últimos "analfabetos funcionais".
Dirá quem lê este comentário que, coitado do rapaz, não tem culpa, não nasceu ensinado. Eu esclareço que ninguém nasce ensinado e é por isso que existem escolas. E acrescento que o Canadá é bem generoso ao dar escola a todas as pessoas. Só não aprende quem não quer.
Tudo somado, lideranças destas envergonham a comunidade portuguesa e afastam dela, cada vez mais, os jovens que já perceberam a importância do conhecimento e da cultura.
Sempre em função de alguma notícia, algum reparo ou alguma inciativa, Comunidades Portuguesas passam a destacar jornais editados na emigração ou para a emigração. Para iniciar a rotina, o LusoJornal editado na França.
Erro dispendioso. O caso dos portugueses sobre ao noticiário quotidiano holandês, repercutido por jornais, rádios e televisões. Não a notícia mas a situação era evitável. Outro erro herdado dos tempos de Freitas do Amaral. Para nada serviu a audição parlamentar sobre a extinção do cargo de conselheiro social na Holanda. Aqui se reproduz, por exemplo, a primeira página do Dagblad de Limburger.
Português, nem um! “Metade dos conselheiros comunais já são magrebinos e turcos e onde não existe um único português.”Magrebinos, turcos com estatégia eficaz e hábil
Resposta sindical ao cônsul Barreira de Sousa. Fica-se a saber que aos utentes «aos quais se negava a entrada no Consulado (parece que posteriormente deixou de ser assim...), excepto quando convocados, e o acesso ao livro de reclamações» é~hes «ainda imposta uma tramitação única, com custos e despesas escandalosamente elevados, sem qualquer conexão com a tabela de emolumentos consulares». É caso.
Estupefacção, é a palavra. Chegou o momento de vos dizer da nossa estupefacção ao saber-se que a Secretaria Regional da Agricultura, da Região Auónoma dos Açores, deu um subsídio de 100 mil euros a um clube de Angra do Heroísmo, por considerar que o clube está em deplorável situação financeira. Com que direito os dinheiros públicos são utilizados a favor de um clube, em detrimento de todos os outros, igualmente mal de finanças?
CARTA DO CANADÁ
Fernanda Leitão
O GRANDE REGABOFE
As comunidades portuguesas no estrangeiro sentem revolta, mágoa e vergonha, sempre que Portugal é apontado como um paraíso de corrupção e um triste exemplo de (absoluta) falta de respeito pelas instituições e valores nacionais de sempre. Em boa verdade, o natural prazer que sentimos ao ver programas de qualidade através da RTP é, muitas vezes, ensombrado pelo que os noticiários nos deixam saber.
A falta de respeito das pessoas pelas instituições, e destas pelo povo que as sustenta, dói de verdade. Porque sim e porque o respeito recíproco está na base de uma democracia saudável. Pensar e praticar o contrário é, justamente, igualar bandalheira à democracia, o que é injusto e perigoso.Mas vamos a factos. O INATEL, herdeiro da FNAT salazarista, é uma instituição que tem prestado assinaláveis serviços no campo dos tempos livres dos trabalhadores. Sendo uma instituição, aos olhos dos portugueses ela é gerida segundo uma escala hierárquica de responsáveis. Assim sendo, poderá compreender-se facilmente o choque sentido em Toronto quando se soube que um delegado do INATEL, no Alentejo e Algarve, “nomeou” representante do dito INATEL para o Canadá a Casa do Alentejo, apenas porque foi convidado a estar presente numa semana cultural que o clube leva a efeito anualmente. Ninguém ficou chocado por ser escolhida a Casa do Alentejo e não outro clube, porque não é disso que se trata: o que está em causa é uma nomeação feita pelo primeiro funcionário que a representa numa festa. Sem protocolo nem aviso prévio, assim como um tiro à queima-roupa. Os emigrantes que são sócios do INATEL, que têm as quotas em dia, não gostam deste mau sinal dado de forma tão desastrada. O INATEL tem director ou é uma balda como o Instituto Camões, por exemplo?
Prossigamos. Ficou claro para os emigrantes que o corte no orçamento da Região Autónoma da Madeira se devia a um despesismo injustificado do mesmo, prática pelo menos tão antiga como as ameaças e insultos do responsável maior pela governação do território. Um dia essa prática tinha de acabar. Acabou, e muito bem, embora vários jornais protestem o contrário, sem que ninguém os leve a sério, pois é sempre ridículo defender interesses subterrâneos e bastardos.Chegou o momento de vos dizer da nossa estupefacção ao saber-se que a Secretaria Regional da Agricultura, da Região Auónoma dos Açores, deu um subsídio de 100 mil euros a um clube de Angra do Heroísmo, por considerar que o clube está em deplorável situação financeira. Com que direito os dinheiros públicos são utilizados a favor de um clube, em detrimento de todos os outros, igualmente mal de finanças? Provavelmente, com o mesmo direito que tem autorizado governantes açoreanos a esbanjarem dinheiros públicos com a publicação de livros de péssima qualidade, verdadeiras caravanas de pândegos que têm ido aos Açores e ao estado brasileiro de Santa Catarina, onde reside uma centenária comunidade açoriana. Viagens, hotéis, restaurantes, tudo pago a glutões e glutonas, muitos deles da diáspora lusa, à custa dos impostos que os portugueses pagam. Esse direito descarado chama-se, em bom português, falta de respeito por quem paga impostos, pela imagem do país. Como se as Regiões Autónomas fossem um sobado.
Eu não alinho na crítica pela crítica ao trabalho do actual Primeiro Ministro. Tanto se me dá que ele seja socialista como outra coisa qualquer, porque ando há 32 anos a ver os golpes de rins e as tratantadas de TODOS os partidos. Penso que Sócrates tinha de tomar as medidas que tem tomado, que só pecam por tardias (e os anteriores governos que se limpem a este guardanapo). Penso, também, que é prova de patriotismo deixar que os eleitos governem sem rasteiras, punhaladas pelas costas, manifestações avulsas por todo o lado (tresandando a uns saudosistas do tempo em que o Muro de Berlim estava inteiro).
Em contrapartida, espero do Primeiro Ministro, não apenas que leve as reformas a bom porto, mas também que corte a direito nas questões orçamentais referentes às Regiões Autónomas e Autarquias. Sem excepções nem fraquezas partidárias. É o que, finalmente, desejam todos os emigrantes portugueses.
(Imagem - Menina com cão, 1986, Paula Rego. Pertença do Fundo de pintura do Ministério das Finanças)
Por exemplo: ... o caso da Universidade de Toronto, a funcionar há mais de 50 anos e que nunca formou um único aluno em português para poder exercer a profissão em condições, acrescendo que dali têm saído muitos alunos com um português a nivelar-se pelo bem pobre, o que incomoda quem ouve membros do xadrez político canadiano a exprimirem-se quando se dirigem a portugueses, e que por certo incomoda também quem assim fala e faz tão triste figura...
A gota que fez transbordar esta taça mal cheirosa de um sindicalismo mal entendido foi a quotização cobrada a trabalhadores da construção que aguardavam a sua legalização o Canadá.
«As Associações Portuguesas, a Federação Portuguesa na Holanda e a ainda a Secção Local do CCP, reunidos em Zaandam, vêm manifestar publicamente e muito em especial junto da comunidade portuguesa na Holanda, o seu desagrado e o seu desapontamento em relação ao tratamento que têm tido das autoridades locais portuguesas ( Embaixada e Consulado).Pela importância, segue na íntegra um Comunicado de representantes dos emigrantes na Holanda (destaques de C-P):